A menina levantou-se. O dia ainda estava escuro. Lavou o rosto. Tomou café. Estava indisposta. Vestiu o que achou pela frente. 'Pra quê se arrumar?' Olhou no relógio: Estava Atrasada. Correu. O caminho de casa até a estação do metrô durou um século. Correu. Eram apenas duas quadras. Correu. Casacos tombavam nela. Pessoas. O metrô havia chegado. Apressou-se. 'Ufaa'. Olhou para o vagão que costumava tomar. Ainda tinha esperança. Olhou para o banco que costumava sentar. Vazio. Olhou-o por um longo período. 'Você deveria estar aqui'. Sentou. Olhou para os lados. Vazio. Sentiu-se só. 'Ele foi mesmo embora'. Correu os olhos pelo vagão. De fato o trem havia chegado sem ele. Olhou pela janela. Ficou observando a cidade cinzenta. Desanimou-se. Escola. Sua cadeira estava vazia. 'Onde estarás?' Podia senti-lo dentro de si. Podia senti-lo em seus pensamentos. 'Oh, distância que mata'. A aula havia começado. Mas seu pensamento estava longe. 'Será que estarás pensando em mim?' O sino soou. 'Mas já?' Saiu sem falar com ninguém. Correu pra casa. Se jogou sobre os travesseiros. Não tinha fome. Chorou. Saudade... Num realçe olhou sobre sua mesinha. Um diário antigo. Folheou-o. Um pequeno pedaço de papel caiu de dentro. Tomou-o nas mãos. Era uma fotografia. O coração pulsou forte. Parecia que ele estava ali. 'Será que você pensa em mim?' Passou a tarde sentada no parapeito da janela olhando pro nada. A tarde parecia sem graça. Estudar era inútil porque a única cosa que conseguia pensar era nele. 'Queria dizer que te amo ... Pena que você não mais está aqui'. Ligou o toca-fitas. A voz de Westlife invadiu o quarto: